quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Thomas Mann- Tônio Kroeger

"Então veio a solidão, com o tormento e o orgulho da cognição, porque não se sentia bem no círculo dos inocentes com a alma alegre e obscura e estes, por sua vez, sentiam-se pertubados pelo sinal na sua testa. Mas a alegria na palavras nas formas se tornou cada vez mais doce para ele, pois costumava dizer (e já tomara nota disto) que o conhecimento da alma somente nos faria infalivelmente tristonhos, se o contentamento da expressão não nos conservasse acordados e alegres...
(...)
Trabalhava silenciosamente, recolhido, invisível e cheio de desprezo pelos pequenos, para os quais o trabalho era um enfeite sociável, os quais, fossem pobres ou ricos, se exibiam selvagens e rotos ou luxavam com gravatas pessoais, que em primeira linha intencionavam ser felizes, gentis e levar uma vida artística, desconhecendo que as boas obras só se formam sob a pressão de uma vida dura; que aquele que vive não trabalha e que é preciso ter morrido para ser um completo criador."

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