quinta-feira, 27 de novembro de 2008
Herman Hesse - Caminhada
Um viva ao camponês, ao proprietário estabelecido, fiel e virtuoso! Sei amá-lo, respeitá-lo, só não consigo invejá-lo. A metade da minha vida já desperdicei, querendo imitar suas virtudes, queria ser o que não era. Pensava ser um poeta, mas era ao mesmo tempo um burguês, queria ser um artista cheio de fantasias e ao mesmo tempo ter virtudes e desfrutar o pátrio. Precisei de muito tempo até descobrir que é impossível possuir ambos, que eu sou um nômade e nenhum camponês, que procuro, mas não conservo. Durante longo tempo me mortifiquei perante os deuses e leis que para mim nada mais eram do que ídolos. Com esse meu engano, meu sofrimento, minha culpa, colaborei para a miséria do mundo. Usando dessa autoviolência para comigo mesmo, não me arriscando em seguir o caminho da redenção, aumentei a culpa e o sofrimento do mundo. Esse caminho não segue nem para a direita, nem para a esquerda, leva ao próprio coração onde, e só lá, está Deus e existe paz.
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