Sim, era preciso ser tolo para poder andar como ele; e então se era amado, porque se era amável. Compreendia tão bem que Inge, a loura e doce Inge, olhava para o Senhor Knaak como o fazia. Mas será que nunca uma moça olharia assim para ele mesmo?
Oh? Sim, isto acontecia. Havia Madalena Vermehren, a filha do advogado Vermehren, com a boca suave e grandes olhos escuros, serenos e sonhadores. Caía muitas vezes durante a dança, mas procurava-o quando era "escolha de damas"; sabia que ele fazia versos, pedira por duas vezes que lhos mostrasse, e muitas vezes olhava-o de longe com a cabeça inclinada. Mas de que lhe servia isso? Ele, ele amava Inge Holm, a loura e alegre Inge, que por certo o despreza por escrever coisas poéticas...Olhava para ela, via-se seus olhos azuis e oblíquos cheios de felicidade e ironia, e uma saudade invejosa, uma dor acre, oprimente, sabendo-se excluído e eternamente estranho a ela, se aninhava no seu peito e ardia...
(...)
Seus olhos, oblíquos e azuis, loura Inge! Ser tão bonita como você é só possível quando não se lê Imemensee e nunca se tenta fazer uma obra igual; isto é o trágico!...
quinta-feira, 27 de novembro de 2008
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